Quando se trata de Miley Cyrus tem duas coisas que aparentemente nunca vão sumir: "péssima influência" por conta da mudança drástica desde Hannah Montana, e slut shaming (pra quem não sabe, é aquela coisa ridícula e irritante de condenar a mulher por suas vestimentas e/ou atitudes. Google explica melhor do que eu).
Na última sexta feira fui convidada para ir (gratuitamente, melhor parte) para o Anhembi ver a apresentação da cantora. Quebrei muitos preconceitos (apesar de manter o pensamento de apropriação de cultura que ela tem como o Eminem), e me diverti demais.
Eu achava que as roupas e todos os apetrechos eram para chamar atenção da mídia e de todo o mundo, e pode até ser, mas muito mais do que isso! Todo o sexualismo, as roupas esquisitas, acessórios de cabelo, em momento algum é para ser bonito, sensual, ou qualquer coisa do gênero; para quem tinha dúvidas assim como eu, precisa ver a cantora ao vivo para perceber que tudo não passa de brincadeira, e que é feito na intenção de levantar o público e mesmo que algo esteja saindo ruim, é para rir e se divertir.
Miley recentemente declarou que odeia que as pessoas fiquem tirando selfies durante seu show e pude entender o porquê. Todas as imagens no telão, todos os pênis de borracha, máscaras de dormir em forma de seios, anões com fantasias esquisitas e drag queens em cima do palco é pra chamar atenção do público para o que interessa: o palco. Além disso o setlist é montado para fazer toda a platéia dançar, chorar e cantar junto.
Diferentemente da última vez que presenciei seu show em 2011, ela estava muito mais a vontade no palco, interagiu mil vezes mais com os fãs e acrescentou as músicas no setlist que lhe vieram a cabeça e pra quem não estava bom, ela mandou dar uma passeada, ir ao banheiro porque desde o começo do show ela havia avisado: haveria músicas extras por causa do esforço de alguns fãs que acamparam no local, tomaram chuva e passaram fome tudo pra vê-la de pertinho e que eles mereciam isso. E quem reclama de ter música a mais? Aparentemente muita gente não quer.
As músicas não são muito bem elaboradas e o último disco tinha bem mais produção do que este (em quesito letra, principalmente), mas são divertidas e dançantes. Entretanto o grande destaque de tudo, independentemente da música ser composta ou não, é a voz da cantora que amadureceu MUITO desde a última vez. Segurou o show com tranquilidade apesar de algumas notas chatas e difíceis como as altinhas de Wrecking Ball.
Enfim, acho que a mensagem toda do show foi: pra que ficar nessa de ter cabelo comprido, cheio de babyliss e volume?; pra que ter meia calça quando você pode mostrar partes imperfeitas da sua pele?; pra que ser sexy e usar formatos que vão deixar seu corpo nos padrões?; pra que fazer todas essas coisas quando você pode ir contra os padrões e se divertir bem mais do que as outras e acima de tudo, cativar o público desse jeito meio "moleque" mesmo?
Me surpreendi, não somente pela voz, mas como pela facilidade que cativa a todos. A música não está entre as mais bem feitas do mundo? Quem se importa? Contanto que ela ainda possua homossexuais, adolescentes e casais dançando e rindo com ela, nada mais importa.
O setlist foi esse (em negrito as músicas que mereceram mais atenção).
- SMS (Bangerz)
- 4x4
- Love Money Party
- Maybe You're Right
- FU
- My Darling
- Do My Thang
- #GETITRIGHT
- Can't Be Tamed
- Adore You
- Drive
- Lucy in the Sky With Diamonds (cover do Flaming Lips fazendo cover de Beatles)
- I'll Take Care Of You (cover de Etta James, e êta giovana que voz boa)
- Jolene (cover de Dolly Parton)
- 23 (cover de Mike Will Made It que ela tem participação especial)
- On My Own
- Someone Else
- We Can't Stop
- Wrecking Ball
- Party In The U.S.A (tava melhor deixando na versão original).
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