Brincando de Cinema: A Teoria de Tudo


Como sou uma pessoa meio atrasada em relação ao resto do mundo, vi esses dias o filme comentado daquela premiação Oscar (realmente não acho grandes coisas, mas enfim) para ver o que eu achava.
Lágrimas caíram, eu fiquei frustrada, apaixonada e ainda me questionando: o que eu faria se eu passasse por essa mesma situação (sendo a doente ou a cuidadora)?
O filme trata-se da biografia escrita por Jane Wilde Hawking, companheira e guerreira por muito tempo ao lado de seu amor e amigo, Stephen Hawking - aquele senhor cientista que todo mundo venera e às vezes você ficava se perguntando porque ele era tão famoso, o filme responde a todas as suas perguntas.
O título não poderia ser melhor e a escolha do ator também não - além de parecer bastante com Stephen, Eddie Redmayne fica quase irreconhecível no decorrer do filme -declaração feita pelo próprio biografado "às vezes eu achava que eu estava na tela".
Hawking se formou na faculdade e muito precocemente foi diagnosticado com ELA - esclerose lateral amiotrófica ou doença do neurônio motor - e já havia se envolvido com Jane que por algum motivo que almas ranzinzas nunca irão entender, escolheu permanecer ao lado de seu amor para cuidar em todos os momentos.
Quem não lembra do "Desafio do Balde de Gelo"? Mas será que alguém lembra para o que servia? Ou para que tantos famosos estavam juntando dinheiro? ELA é uma doença triste - assim como as famosas Parkinson e Alzheimer - e diferentemente das outras, pouco se investe em pesquisas e em medicamentos para os pacientes diagnosticados. Perde-se o controle dos membros principais - mãos e pés - e o corpo desobedece a tudo o que você gostaria que ele fizesse - impossível comer ou andar ou falar sem ajuda de alguém e de algum aparelho.
Portanto o ponto alto do filme não é somente o relacionamento dos dois, ou mostrar como Stephen é inteligente, mas nos fazer refletir em diversos momentos "e se fosse comigo?". A dúvida agoniante de saber se alguém faria por você o que Jane faz por Hawking ou se você seria a Jane de alguém. Entretanto, a conclusão mais óbvia a qual se poderia chegar pesa nos olhos e no coração: você reclama de barriga muito cheia. Nada está tão ruim que não possa ficar pior.


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